Agora escrevo, no dia seguinte da tua partida, a carta de despedida que te prometi, sobre esse longo tempo de bloqueio desconexo.
Bem, eu me via sozinha em um grande labirinto de incertezas, ainda assim era capaz de acreditar, que o amor seria maior que isso tudo que vivemos nesses últimos meses, que todas as fatalidades que nos cercavam, isso é verdade, para mim, essa era a única forma de sair deste lugar e eu levava essa certeza comigo.
Mesmo sabendo que fora o próprio amor que nos colocara ali, justamente com aquela maldita coroa de flores mortas em nossa cabeça, era a minha bendita mania de crer que tudo era impossível sem o nosso amor.
Sentis o que te digo agora? Partes da minha vida, mas ainda te pertenço.
És a fonte de inspiração para o que não há mais possibilidade de ser. Eu sei que não há mais a necessidade de palavras, afinal, não preciso de muito para sentir nas vísceras, no âmago, pois a tempos atrás te declarei o mais profundo amor, digo-te do mais íntimo de mim. Porque o tal do “eu te amo” está em um olhar de distância, ou apenas, em um abraço que nos cabe. Longo e profundo. A frase continua segredada bem aqui.
E ainda têm quem nos chegue em vida, e quem nos chega quando tudo se esvai. E você me chegou. Nos períodos mais difíceis e desoladores, você chegou e me abrigou em você. Continuas sendo o meu verso inacabado. Meu mais profundo querer, meu abrigo, meu amigo, meu anseio. Lembra?
E eu gostava tanto quando você sorria, gostava do som da sua risada, da sua voz, ainda me sinto estranhamente ligada à tua pessoa. E eu o seguiria para sempre, me jogaria nos seus braços como quem se joga do alto de um precipício em busca de liberdade.
Essas são apenas palavras, outra vez, e afinal, palavras são apenas palavras e como você sabe, elas nunca são o suficiente, nunca dizem tudo o que sentimos. O meu amor por você continua o mesmo, intocável, e quanto maior é a tua ausência, muito mais te necessito.
Então, abraça-me, ama-me outra vez, porque eu acredito.
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