Preciso voltar a escreve, pois estou exausta e sinto-me alheia a todas as coisas. Preciso voltar a escrever, e dizer o quanto tudo isso me dói por dentro. As milhares de ausências que em mim ainda estão. Eu sou essa que se sente ausente a tudo, a que mata e morre ao mesmo tempo.
A falta da tua voz, do teu corpo e a chama do teu sorriso me queimava por dentro, me fazia viver. Porque eu amava tudo o que você era; a cor dos olhos, o tom de voz, a sensibilidade à flor da pele. Mas os olhos nunca foram tão verdes quanto a folha que acabara de nascer ou como a esmeralda do seu anel favorito. O tom de voz nunca fora como eu lembrava, quando você mencionava o meu nome com tanto carinho. Tão melodicamente doce. A pele nunca foi tão branca a ponto de ver as veias expostas. Mas eu amava, amava até o fim de mim, com todo o que havia deste corpo, desta carne podre sobre os meus ossos, amava como se minha vida dependesse única, exclusiva e absolutamente disto, como se isso fosse o bastante para viver outro dia. Mas eu estava errada, nunca fora e nunca seria amor, pois tudo o que era você, tudo o que mais amava, eu havia inventado.
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